Deserção Justa
Tentando convencer os leitores da malignidade do exército americano, o jornalista da Isto É Osmar Freitas Jr. escreve um artigo comentando a deserção de 5,5 mil soldados, e acrescenta a seguir o depoimento de duas testemunhas somente para induzir que todas estas deserções foram por motivos de consciência devido às supostas atrocidades cometidas no Iraque, quando então ele encerra com a frase “para muitos soldados não falta coragem, sobra consciência”.
Das duas testemunhas, uma se refere à recruta Suzanne Swift, que se foi uma vítima da perversidade de seus colegas de maneira nenhuma representa qualquer indício de uma ordem superior para massacrar quem quer que seja.
O outro se refere a Ricky Clousing, desertor desaparecido por meses antes de ressurgir com uma estória que não é confirmada por ninguém mais, além dele próprio.
Que o uso de evidencias assim possa concluir numa idéia de deserções em massa em protesto contra “atrocidades” no Iraque, não é nenhuma surpresa vindo de alguém como o jornalista Osmar Freitas Jr, afinal, sua reputação já é conhecida desde que sua entrevista inexistente com o Woody Allen foi descoberta como sendo copiada do blog Suicide Girls. (Vejam http://ciscocosta.com/filisteu/?p=1105 e o http://www.insanus.org/martelada/ ).
A surpresa é constatar que a frase supostamente dita por Ricky Clousing “Fui interrogado em um centro de detenção onde até crianças de 12 anos foram torturadas e mortas” não se encontra em qualquer fonte jornalista conhecida, parecendo ter saído totalmente da imaginação do Sr. Osmar Freitas Jr. Ao contrário, a única expressão que aparece em todas as fontes consultadas, inclusive na do Michael Moore com sua habitual criatividade, é esta: “disse ter visto o exército deter quatro irmãos sendo que o mais jovem tinha 12 anos”.
Se existe uma “deserção justa” é a dos leitores em relação ao jornalismo brasileiro.
Confira o artigo:
http://www.terra.com.br/istoe/
Versão do Michael Moore
http://www.michaelmoore.com/words/latestnews/index.php?id=7642
Outras versões
2 Comments:
se não me falha a memória, foi a um editor da isto é que marcos valério pagou centenas de milhares de reais para que não publicasse entrevista com a ex-secretária dele, não? não dá pra levar a sério o que uma publicação dessas diz...
Caro Sr., saudações!
Não costumo responder a blogueiros. Mas em seu caso farei exceção.
1) Não escreví artigo ou comentário. Fiz uma reportagem. O que é diferente: enunciei fatos
2) Caso o texto fosse um "artigo", ou "comentário", estaria dentro de meus direitos, já que pago impostos, sou cidadão americano e posso expressar minhas opiniões sobre as forças armadas de meu país.
3) Na frase sitada, onde se lê interrogado, leia-se "interrogador". A diferença se deve a um erro de digitação na revisão de ISTOÉ. E a frase não é tirada de nenhum site da Internet.
4) A acusação de plágio na entrevista com o cineasta Allen é caluniosa. Tenho fotos e documentos com a assinatura do diretor, autenticando a entrevista. Esperei que um grande veículo da imprensa repetisse a calúnia, para exibir as provas que tenho, num processo judicial. Só não moví ação contra blogueiros, porque não lhes reconheço credibilidade.
Um abraço, do Osmar Freitas Jr.
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