Desinformação é Destruição
A desinformação é a maior inimiga da humanidade, a causadora de todos os conflitos, que arma exércitos do tirano, que ergue líderes radicais, que lava cabeça das crianças com ideologia extremista, que condena inocentes e absolve culpados, é a mãe de todas as injustiças da terra, pai do homem-bomba e da guerra.
A desinformação é a ruptura com a realidade, é mentira. É a divulgação de fatos que jamais aconteceram ou a seleção parcial para omitir uma coisa e mostrar outra. O objetivo da desinformação é divulgar um discurso onde os heróis e vilões estão previamente definidos, fazer crer o que a ordem natural das coisas jamais induziria. A desinformação não está em luta contra uma desinformação adversária, mas está em luta contra a ordem natural das coisas. Se existem desinformações com objetivos opostos, então ambas estão contra esta mesma ordem natural, contra a realidade, contra o fato, contra a verdade pura e simples. O progresso da humanidade se deu em luta contra a desinformação, seus lapsos, pelo domínio desta. O conhecimento, a busca pela verdade, a busca pelo fato, nos deu a ciência, a medicina, a perícia criminal, a lógica que conduziu ao computador. A desinformação nos deu a ideologia, a loucura, as seitas fanáticas. A filosofia pós-moderna é filosofia da desinformação, que defende a desinformação, que nega a validade de qualquer fato, qualquer verdade, e que se impõe como obstáculo intransponível à evolução do método científico, do refinamento da ciência histórica e da dialética.
Na condução do inquérito policial, o delegado ouve relatos mentirosos, assassinos que mentem, versões diversas. O interrogatório obriga o interrogado a repetir suas estórias, a narrar os acontecimentos em busca de uma ruptura, onde uma causa está sem um efeito alegado, ou uma conseqüência dissociada de uma evento narrado. Os inspetores de polícia comandam a perícia dos materiais encontrados, comparam fibras no laboratório para detectar vínculos ocultos entre o suspeito e o crime. Os peritos coletam fontes primárias, relacionam testemunhos em documentos antigos e resgatam indícios esquecidos. Trazem conclusões baseadas no balanço ponderados das justificativas concorrentes.
A filosofia pós-moderna se insere na universidade para evitar isso. Evitar a investigação. É a arma dos mentirosos, a ferramenta para todas as mentiras. O pensamento pós moderno é a reação daqueles que se revoltam contra a ordem natural das coisas, contra a justiça normal das pessoas sensatas diante dos fatos como eles são. Os pós modernos não querem que os fatos sejam, eles querem que os fatos não-sejam. Suas idéias estão no caminho da investigação. Todo esforço filosófico voltado para refinar a busca pela acuracidade dos dados encontrará um obstáculo: as objeções pós-modernas.
Os pós-modernos sabem que a realidade os contradiz. Então eles criam uma filosofia para convencer a todos de que é a realidade que deve estar enganada.
As evidências experimentais denunciam os erros ideológicos, a esmagadora realidade dos números refuta os slogans militantes. Mas os filósofos pós-modernos acusam a ciência de propaganda burguesa e reduzem a matemática a sentimentos psicológicos.
A função do analista é interpretar. Os filósofos devem interpretar o mundo e conhecê-lo. Mas para os marxistas, a interpretação deve dar lugar à transformação, o mundo não deve ser interpretado, não deve ser entendido, não deve ser analisado, o mundo deve ser transformado, o mundo deve ser mudado. Isto é afirmar que tudo que poderia ser sabido já está sabido. É afirmar que já sabem, que não precisam saber mais do que sabem. A ordem está posta. Marx pôs a ordem como é e como funciona. Para quê pesquisar mais ? Marx já disse tudo. Não há nada mais para pesquisar pois o que Marx disse é o bastante. Qualquer coisa além de Marx não é. Qualquer coisa contra Marx é por definição coisa burguesa. Se um cavalo, uma pedra ou um riacho contradiz Marx é porque o cavalo é um cavalo burguês, a pedra é uma pedra burguesa e o riacho é um riacho burguês. Se alguém prova que Marx cometeu um erro então está provado que este alguém é burguês. Marx disse que os burgueses não são confiáveis, logo isto prova que quem provou algo contra Marx está errado pois Marx por definição está certo, ele deu tudo pronto para nós, nada mais precisa ser sabido, só mudado e transformado.
E assim o sindicato dos trabalhadores da USP, dos professores imunizados contra todos os critérios científicos, protegidos da realidade pela blindagem pós-moderna, convencidos da ordem final descoberta por Marx que não admite reflexões futuras, chegaram a uma conclusão:
Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1110816-EI6580,00.html